Nem tudo que parece, é!
Martha Medeiros
sempre foi uma escritora que me emocionou muito com suas crônicas.
Ela acabou de
lançar um combo com três livros: Liberdade crônica, Paixão crônica e,
Felicidade crônica, que é o que eu estou lendo no momento.
Em um certo momento
do livro, um título me chamou muito a atenção: Um poema filmado, mas, por incrível que possa parecer, foi a
crônica seguinte que me tocou muito: O isopor e a neve.
Nesta crônica,
Martha relata um fato que ela presenciou em uma tarde de Novembro nas ruas de
Porto Alegre, em um dia útil.
Martha descreve que
estava parada no farol aguardando para atravessar a rua quando, um caminhão
deixou cair em plena rua, um saco de isopor e, que conforme os carros passavam
por cima daquele saco o isopor ia se desfazendo em películas e se
movimentando para cima e para os lados bem devagar.
Relata ainda, que
para ela, aqueles pequenos grãos brancos em movimento em plena rua, não eram
isopor subindo e se desfazendo e sim, neve caindo, como se ela estivesse em pleno
inverno da Europa, e menciona ainda, que naquele instante, pensou até em estar
ouvindo música clássica.
Lembro-me
claramente, como se fosse hoje, de um fato que ocorreu comigo que foi muito
parecido.
Eu estava em uma
cafeteria, em um sábado ensolarado aguardando dar o horário da minha aula e
italiano, quando, de repente, eu vi nitidamente que na espuma do meu café com leite,
havia se formado um coração. Imediatamente, eu fiz questão de registrar aquele
momento único e logo depois, em menos de alguns minutos eu já havia feito um
poema, pois, naquela tarde, aquele coração me inspirou.
Eu não sou uma
pessoa virtual, não sou muito boa com redes sociais, e a única que eu ainda
utilizo é o Facebook para divulgar o meu trabalho como escritora ainda amadora.
Quem me conhece
sabe que não sou de postar fotos, sejam elas particulares ou qualquer outro
tipo de foto, principalmente, as de comidas e etc. Mas, neste caso, como toda
regra tem sua exceção, eu tirei uma foto daquele “coração” que havia se formado
na minha xícara e postei com a seguinte legenda: Um coração se formou no meu
café, que lindo!
Um dos comentários
me chamou muito a atenção, dizia: “Que bom que tens olhos de poeta para
enxergar o coração em todas as coisas”.
Ao ler a crônica de
Martha Madeiros, me lembrei desse momento poético que tive naquela tarde ensolarada
de sábado na cafeteria.
Será que a neve
(que era isopor) que Martha Medeiros em um dia de verão de Porto Alegre viu,
foi só ela que enxergou com seus olhos e alma de escritora?
Será que se eu tivesse
mostrado para alguém o coração que havia se formado no meu café, alguém também iria ver, ou, me
chamariam de louca?
Fato é, que em nossa
vida cotidiana, sempre iremos nos deparar com neves de isopor, que não são
neves, com corações em xícaras de café que não são corações, com ovelhinhas que
se formam nas nuvens que não são ovelhinhas, com o canto dos passarinhos que
parecem uma sinfonia instrumental em meio ao caos. Mas, será que iremos reparar
nesses pequenos detalhes?
Tudo depende do
momento em que estamos vivendo, do que nos permitimos querer ver e ouvir.
Não precisa ter
alma de escritor ou de poeta para enxergar a beleza que se forma nas coisas
simples da vida, do cotidiano, basta abrirmos os olhos e os ouvidos, escutar e
enxergar com a alma o que a vida tem de melhor e o que ela nos dá de presente:
o momento e a beleza da vida!
Por Alexandra
Collazo
23/11/2014
Oi Alexandra Collazo, acabei de ler sua crônica e achei linda. Meus parabéns! Ela me fez lembrar de três frases de imediato que compartilho aqui contigo:
ResponderExcluir"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.... de José Saramago"
“De vez em quando Deus me tira a poesia. Olho pedra, vejo pedra mesmo.” ― Adélia Prado.
"Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos." de Antoine de Saint-Exupéry.
Obrigado por compartilhar sua arte conosco. Faz o nosso dia ser bem melhor...
Abç,
Boa tarde, Marcelo!
ExcluirMuito obrigada pelas palavras! Que bom que gostou da crônica.
As frases mencionou me tocaram, principalmente, a última.
Obrigada!
Beijos!
Lindíssimo texto, amiga!
ResponderExcluirMe deparei em muitas frases.
Parabéns!
Simone Guerra
Si, querida amiga. Sempre presente aqui com o seu carinho.
ExcluirObrigada por ter apreciado a crônica!
Um grande beijo!
A Natureza é bela, mas o homem comum não consegui vislumbrar tal beleza natural, exceto quando acompanhado por uma outra pessoa que tem uma visão mais sensível para as coisas belas, como por exemplo um escritor e poeta que carrega consigo em sua alma a visão maior e que transforma em lindos poemas, belas crônicas e maravilhosas histórias sobre a vida e do universo do criador. Parabéns amiga Alexandra Patricia Collazo, amei sua narrativa. Grato pelo convite bjs e deixo aqui um convite para que me visites no blogg : : :http://newbermacieiraescritorepoeta.blogspot.com.br/…/tem do seu amigo escritor e poeta Newber Macieira.
ResponderExcluir24/11/2014 as 22:11hs
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Boa tarde, Newber!
ExcluirGrata pelas belas palavras. Acho mesmo que o poeta/escritor realmente é mais sensível para algumas coisas e, por muitas vezes, pode ver a beleza em tudo!
Obrigada por partilhar comigo seu blog, seguirei.
Obrigada pela presença!
Abraços!
A beleza da vida está nas pequenas coisas do dia-a-dia. Apenas precisamos abrir nossos corações e mentes para elas.
ResponderExcluirLinda crônica, Ale! Amei!
Beijos!
✿Nara Susane Klein✿
Nara, que saudade de você!
ExcluirQue bom que veio aqui. Obrigada por ter apreciado a crônica.
Volte sempre!
Beijos!
Olá Alexandra,
ResponderExcluirImagine a melhor melodia que você já ouviu, e perceba o quanto se cria no seu interior e ao seu redor.
O mundo se transforma nos seus sentidos!
o seu coração cria aquilo que você já criou, o seus olhos ver aquilo do que seu coração sentiu e daquilo de que você quer viver.
Vidas saudáveis se fazem de percepções sentimentais, viva intensamente e sinta, sinta todos os fortes sentimentos que nos rege diariamente.
Demais seu Blog, :)
Não pare de sentir e publicar ... continue!